E o que esses meninos comem com tanta restrição?

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Acredito que muitas pessoas devam estar pensando, mas como ela faz com as comidas dos meninos? O que eles podem comer? A restrição alimentar é grande, porque eles não podem comer nada com trigo, centeio, cevada, aveia e malte, incluindo os alimentos que contém traços desses grãos. Biscoitos, massas, chocolates e a grande maioria de industrializados estão na lista dos itens que não podem ser incluídos na alimentação. Também todos os alimentos produzidos nas padarias como bolos, pães, biscoitos, salgados… Parte de temperos industrializados, balas. Para ser mais exata, os gêmeos podem comer os produtos que estão nas prateleiras identificadas SEM GLÚTEN.

Essa restrição é maior, porque mesmo alimentos que não contêm trigo, se forem produzidos nos mesmos maquinários dos com glúten, tem contaminação cruzada, e não podem ser consumidos por pessoas celíacas. Dessa maneira, tivemos que buscar outras opções, porque os produtos que são vendidos por mercados e lojas são bem mais caros e nem sempre tem um sabor que chama a atenção. Muitos produtos são mais secos e sem textura. Eu acabei incluindo outra paixão que nem eu mesma sabia que existia em mim: a cozinha. Sempre gostei de cozinhar, mas não fazia ideia que eu poderia gostar de trocar a produção de textos pela cozinha.

A partir daí, começou a saga de encontrar receitas sem glúten que dessem certo. Na verdade, eu nem sabia que seria difícil e já fui tentando fazer pães. No primeiro, apareceu o desânimo, porque aquilo ficou tão duro que não tinha nem como um adulto comer, imagine uma criança de um ano. Mas como eu sabia que teria que aprender e que existiam formas de fazer, já que já tinha pesquisado pessoas que utilizavam essas técnicas, continuei tentando. Além de muitas tentativas, também fazia muitas pesquisas sobre o tema na internet e buscava informações com pessoas que tinham a doença.

Não foi fácil acertar o primeiro pão, mas quando ele começou a ficar comestível eu já me animei. Os bolos foram mais fáceis de acertar. Depois de muita pesquisa, eu percebi que havia sim formas de acertar os produtos e deixá-los bons, mas com muita técnica. Assim que encontrei cursos on-line de alimentos sem glúten, eu busquei informações e comecei a me inscrever para aprender a fazer alimentos melhores para nossa família. A cada teste que fazia, toda a família e amigos mais próximos já provavam para ver como tinha ficado. Eu estava super feliz, pois com o passar dos dias, já não precisava mais comprar pães, bolos e biscoitos para a rotina alimentar diária. Como os meninos tinham um ano e já eram acostumados a comer alimentos mais saudáveis, a inserção da alimentação sem glúten foi tranquila e com aceitação ótima.

Se surgissem imprevistos como almoços em outras residências ou outros locais onde não haveria possibilidade dos meninos se alimentarem ou festinhas infantis, por exemplo, eu levava as marmitinhas prontas e tudo sempre saiu como planejado. Claro, tivemos alguns problemas com contaminação cruzada fora de casa, porque não há como cuidar 100%, já que qualquer micro partícula que eles tocarem e ingerirem, já desenvolvem os sintomas. Porém, sempre busquei e busco manter o cuidado total para que eles não tenham contatos e, na maioria dos casos, dá certo.

A partir do momento em que decidi fazer os alimentos em casa, já troquei formas, panelas e todos os utensílios utilizados na produção para que não tivessem contato nenhum com o glúten que antes era utilizado na casa. Também foram feitas todas as limpezas necessárias nos móveis da cozinha e, a partir daí, tínhamos uma cozinha que garantia a segurança dos pequenos.

Beijos e continuamos na próxima semana!