Sentido, razão, legado… a emoção do primeiro Dia das Mães

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Xanxerê- Este domingo, dia 14, será o primeiro Dia das Mães de Cledir Orlandi Naime e promete ser de muitas emoções. Em seus braços, o filho  que já chegou lhe chamando de mãe. Com uma gestação de três anos e meio, por adoção, nasceu Matheus Orlandi Naime, cinco anos de idade, um menino alegre, de sorriso fácil, esperto, dinâmico, carinhoso e que veio para ocupar o lugar que sempre foi seu.

A adoção sempre foi um sonho comum. Desde o início do relacionamento do casal, eles  combinaram que mesmo tendo filhos biológicos, eles adotariam uma criança. Do outro lado dessa história, após dois anos morando no abrigo municipal, Matheus, considerado uma adoção tardia, chegou para completar a família de Cledir e do marido Luiz Carlos Naime Júnior. Emocionada, ela não exita para definir esse encontro: “A impressão que dá é que a minha vida começou no dia em que o Matheus chegou, porque ele preencheu todos os espaços, que eram dele. Na nossa casa, só faltava o barulho de uma criança, e ele chegou e fez tudo isso”.

Enquanto acalentava o desejo de ser mãe, Cledir explica que houve muito amadurecimento, mas também muita expectativa, tanto que o quarto do pequeno foi montado há três anos e meio.  “Houve o amadurecimento tanto da espera, quanto da idealização de um filho, e ele veio completamente diferente do que havíamos descrito no nosso perfil. Ele é perfeito!”, comemora ela.

Depois de tanta espera, Cledir é mãe, e avalia que seu coração agora acalmou. “E ele veio de uma forma surpreendente, veio de uma forma divina. É o milagre da nossa vida”.

A certeza de estar diante do filho

O primeiro encontro com Matheus aconteceu no dia 17 de março e, segundo Cledir, o olhar dela foi o mesmo de muitas outras mães que admiram seus filhos pela primeira vez. “Eu já ouvi muitas amigas contarem, quando tiveram seus filhos, que olharam as mãozinhas, as orelhinhas, pra ver se estava tudo bem. E ele está prontinho, perfeitinho ”.

Naquele dia, do primeiro contato, Cledir já sabia que era ele o filho que ela e o marido tanto esperaram, mas, mesmo assim, o casal estava receoso, pois também queria que Matheus os aceitasse.  “A primeira autorização de poso foi dada no dia 22 de março, veio, dormiu bem naquela noite, e já chegou nos chamando de pai e de mãe”. O processo transcorreu de forma rápida e a guarda foi dada ao casal por definitivo no dia 24 do mesmo mês. E, de acordo com a mamãe de primeira viagem, até o momento não houve nenhum problema de adaptação. “Ele veio porque ele é nosso!”, considera.

Sobre a experiência de ser chamada de mãe, de uma hora para outra, Cledir define como “a coisa mais fantástica do mundo. Eu sonhava com isso, eu imaginava, projetava, mas nem nas minhas melhores projeções eu tinha noção do que era essa emoção. Eu não tinha ideia do que é o poder dessa palavra”, complementa ela.

Cledir, que é gerente do Senac de Xanxerê, ressalta que teve tempo para se dedicar ao tabalho  e para conquistar sua graduação, especialização e mestrado, mas foi Matheus que mostrou o verdadeiro sentido da vida. “Eu consegui fazer tudo o que eu havia projetado para a minha vida acadêmica e profissional, mas acalentando o sonho de ser chamada de mãe. Ao mesmo tempo que eu tinha tudo na minha vida, eu não tinha nada, porque foi ele quem deu o sentido pleno. Todo o resto eu construí por mim mesma, mas essa relação eu só consegui porque foi ele que me deu. Ele me deu o maior presente da minha vida e, hoje, eu e o Júnior estamos vivendo uma realidade linda, que nós sonhávamos”.

Herança de mãe

Cledir quer fazer para Matheus o mesmo que sua mãe fez para ela e seus irmãos. “Todos os domingos a gente acordava e ela já estava fazendo a sopa de entrada do almoço, que era tão gostosa que, às vezes, a gente nem comia o churrasco ou o macarrão que seria servido na refeição, e eu fiz isso para ele. Matheus adorou e com isso até voltou na minha cabeça o cheiro do colo da minha mãe, que é outra coisa que quero oferecer a ele sempre que pedir”.

O privilégio da responsabilidade

Cledir afirma ser um privilégio poder ajudar uma “pessoinha” na sua formação. “E ele tem uma sede de saber sobre tudo. Todos os dias pergunta: o que é isso? porque isso? E a gente responde tudo!Isso faz isso, aquilo faz aquilo! E, ainda, nós perguntamos: quer pegar? Quer experimentar? Quer abrir? Quer fechar? Quer ligar?”, relata ela entusiasmada.

A construção da relação afetiva entre mãe e filho é feita todos os dias, baseada nas experiência de Cledir como tia participativa, que sempre foi. “Tem um momento que toda criança testa, desafia e fica, literalmente, surda, e com o Matheus, graças a Deus, é exatamente igual, mas ele responde a tudo isso muito bem! Também precisamos nos impor, e outras vezes, é preciso ceder, porque não existe fórmula perfeita,  ou infalível. Ele está se adaptando a nós e nós a ele”, argumenta.

Primeiro Dia das Mães

Sobre o primeiro Dia das Mães, Cledir respira fundo e diz: “eu sei que o bicho vai pegar, porque as minhas amigas, desde a chegada do Matheus, vêm me alertando: ‘prepara teu coração, porque você vai se emocionar!’, então, eu nem estou pensando muito, não vou me maquilar e vou deixar a emoção fluir”.

O primeiro “eu te amo”

Para escutar o primeiro “eu te amo”, relata que precisou insistir algumas vezes com Matheus. “Ai, filho, eu te amo tanto, te amo, te amo, e você me ama?”, diverte-se contando. Segundo Cledir, no início Matheus não entendia muito o significado da expressão, mas ela diz acreditar que ele já a amava, pois já era possível perceber a reciprocidade nas reações do menino.