Diretor do Dieese faz análise de possíveis aprovações das reformas trabalhista e previdenciária

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Chapecó-  A 10ª edição do Congresso dos Trabalhadores da Celesc, que tem por objetivo discutir a funcionalidade dos desafios de gestão, encerra hoje (27), em Chapecó. Desde sua abertura na quinta-feira (25), uma extensa programação de palestras e grupos de trabalho têm sido realizadas. Com a presença do presidente da companhia, Cleverson Siewert e de celesquianos de todas as regiões do Estado, a programação iniciou com o diagnóstico dos Seminários Regionais conduzido pelo jornalista Paulo Guilherme Horn. Em seguida, um momento bastante aguardado foi a explanação do economista e coordenador regional do Diesse, José Álvaro. Ele apresentou uma análise da conjuntura política e econômica de Santa Catarina, considerando a gravidade econômica em que o país se encontra.

Frente ao Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos, Álvaro considerou-se felizardo por poder avaliar e analisar o atual cenário e o movimento sindical brasileiro. Identificando que a dureza do momento revela a preocupação dos movimentos sindicais em representar e defender os trabalhadores, sendo os únicos a essa atribuição.

Em paralelo a crise, o palestrante disse ser a maior da história. “Temos que prestar atenção no que está acontecendo. Isso está relacionado com o processo de golpe que reflete em três vetores e, muitas vezes, é difícil as pessoas enxergarem. Primeiro trata-se da entrega de matéria-prima para as multinacionais, em segundo, os aspectos ligados à soberania, enquanto o terceiro fator, corresponde à retirada de direitos. Isso tudo em conjunto com três grupos básico de interesse, o império, o plutogracia e o último grupo são os ladrões.”

O economista também fez dura críticas à postura do país em promover um movimento contra corrupção, assinalando dois aspectos. A Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 287 que prevê a reforma da previdência e a reforma trabalhista, atribuindo a essas atitudes uma verdadeira decadência. “Se aprovadas, essas propostas irão reduzir e quebrar os direitos, assim voltaremos a século XIX, onde não tinha Estado e direitos no Brasil.”

Com mais de 25 anos de experiência no Dieese, José Álvaro foi pontual ao indicar uma proposta de extinção da previdência através de um processo que identificou como golpe: “Na medida em que se reduz o benefício e o acesso da população com uma postura agressiva e profunda, acontece a evasão entre os que contribuem com a previdência. Ou seja, a intenção é abrir espaço para a previdência privada.” Novamente, criticou o governo reforçando o indicativo de um golpe contra o Brasil e da classe trabalhadora, exequendo a seguridade social. “A política governamental de um país deve ser para atender o seu povo,” destacou, acrescentando a previdência sem déficit: “é importante dizer, que há um fatalismo fiscal por achar que o país irá quebrar e o fatalismo demográfico, baseado em mentiras.” (MB Comunicação)