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A Diretoria de Vigilância Epidemiológica da Secretaria de Estado da Saúde de Santa Catarina (Dive/SES) esclarece que todos os casos de meningite registrados no estado até o momento não apresentam vínculo epidemiológico entre si e, portanto, não caracterizam surto da doença no estado.

Em 2017, até o dia 25 de agosto, foram confirmados 552 casos de meningites em geral, com um total de 39 óbitos, registrados no Sistema Nacional de Agravos de Notificação (Sinan) do Ministério da Saúde (MS). Do total de casos, 64 apresentaram as formas mais graves de meningite (doença meningocócica, meningite pneumocócica e meningite por Haemophilus), dos quais 13 evoluíram para óbito.

Em 2016, foram confirmados 727 casos de meningite em geral em Santa Catarina, com 65 óbitos. Do total de casos, 95 apresentaram as formas mais graves de meningite (doença meningocócica, meningite pneumocócica e meningite por Haemophilus), dos quais 17 evoluíram para óbito.

Entre os casos mais recentes de meningite, dois óbitos foram registrados neste final de semana na região de Itajaí: uma jovem de 17 anos, residente de Navegantes (meningite meningogócica C); e um rapaz de 22 anos, residente de Itajaí (aguardando resultado laboratorial para definição do genogrupo). “Assim como já esclarecido em nota pela Secretaria Municipal de Saúde, reforçamos que esses casos não têm vínculo epidemiológico, ou seja, não há surto da doença no estado até o momento”, afirma Vanessa Vieira da Silva, gerente de Imunização da Dive/SC. Todas as medidas de vigilância epidemiológica foram realizadas pelo município, obedecendo ao protocolo do Ministério da Saúde.

A meningite é uma doença de notificação compulsória e, por isso, os casos devem ser notificados pelos hospitais, profissionais de saúde e laboratórios às secretariais municipais de saúde e essas, por sua vez, à Secretaria Estadual de Saúde para acompanhamento, investigação e orientação aos familiares. A Dive orienta, apoia e acompanha os municípios durante o processo.

Doença

A meningite é um processo inflamatório das meninges (membranas que envolvem o cérebro e a medula espinhal). Pode ser causada por diversos agentes infecciosos, como bactérias, vírus, parasitas e fungos, ou, ainda, por processos não infecciosos. Dentre esses, as formas mais graves são a doença meningocócica, causada pela bactéria Neisseria meningitidis; a meningite pneumocócica, causada pelo Steptococcus pneumoniae; e a meningite causada pelo Haemophilus influenzae. São doenças graves e de evolução rápida, sendo que a doença meningocócica hoje é a que apresenta potencial de disseminação entre pessoas que tiveram contato íntimo e prolongado.

Os grupos etários de maior risco são as crianças menores de cinco anos, principalmente as menores de um ano, e os indivíduos maiores de 60 anos. “As meningites causadas por bactérias são muito graves e, se não forem tratadas a tempo, podem deixar sequelas graves e até levar à morte. O quadro de meningite bacteriana pode se instalar em algumas horas. A evolução é muito rápida e fulminante”, alerta o médico infectologista Luiz Escada, técnico da Gerência de Imunização da Diretoria de Vigilância Epidemiológica (Dive) da SES/SC.

Há suspeita de meningite em pessoas que apresentem febre associada à dor de cabeça, dor ou rigidez de nuca e vômitos frequentes. Em crianças pequenas, esses sintomas podem apresentar-se como choro persistente, irritação, falta de apetite, manchas vermelhas na pele e ‘moleira inchada’. Na apresentação desses sintomas, deve-se procurar a unidade de saúde mais próxima. Após a avaliação médica e análise preliminar de amostras clínicas do paciente, ele será internado e receberá tratamento de acordo com o agente etiológico.

No caso da meningite bacteriana, o tratamento será realizado com antibióticos específicos e incluirá os comunicantes domiciliares, ou seja, apenas aquelas pessoas que mantêm contato íntimo e direto com o paciente por períodos prolongados. O propósito desta quimioprofilaxia é erradicar os agentes causadores da doença que, via de regra, está entre os comunicantes íntimos, visando interromper a transmissão, inclusive a reinfecção do paciente.

Vacinação

Algumas formas de meningite bacteriana podem ser prevenidas por vacinas que estão disponíveis diariamente na rede pública de saúde (Meningo C, Haemoflhilus B e Pneumocócica). Antes indicada para crianças até um ano de idade, a vacina contra a meningite C passou, este ano, a ser oferecida também para adolescentes de 12 a 13 anos. A faixa etária será ampliada, gradativamente, até 2020, quando serão incluídos crianças e adolescentes de nove anos a 13 anos. Em Santa Catarina, 216.948 adolescentes deverão receber a vacina.