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Xanxerê- Para os integrantes do Coletivo Janete Cassol, o Dia Internacional da Mulher, comemorado nesta quinta-feira, 08 de março, é uma data de reflexão. A ativista Maiara Maier considera que não há muito o que ser comemorado no dia de hoje, principalmente devido ao número alarmante de casos de violência contra a mulher, registrados na região. “Ainda não temos os números deste ano da delegacia, mas acompanhando o noticiário, já tivemos aquele caso da mulher indígena, encontrada morta no centro de Xanxerê e, na região, casos de mulheres que foram queimadas. Então, nós do Coletivo não vemos essa comemoração que tentam passar para nós, porque na verdade, todos os dias deveriam ser das mulheres, mas não estão sendo por conta da violência”.

Cientes da importância de aproveitar a data para promover ainda mais reflexão, Maiara relata que alguns membros do grupo estão em Florianópolis, representando o Coletivo Cassol e participando da primeira edição de 2018 do Seminário Regional pelo Fim da Violência Doméstica contra a Mulher, promovido pela Assembleia Legislativa do Estado de Santa Catarina (Alesc). “E hoje, no evento em que eles chamam de 8M, uma das tendas de discussões sobre a vida da mulher, leva o nome de Janete Cassol, como forma de homenagem ao Coletivo, referente a todo o trabalho desenvolvido desde o ano passado”.

Ainda para marcar a data, o Coletivo realiza hoje à noite, uma rodada de conversa nas Faculdades Celer, em Xaxim. No sábado, dia 10, será realizada a “vigília da igualdade. Sem diretos, não há liberdade”, a partir das 20 horas, na Praça Tiradentes, em Xanxerê.

Para Maiara, a mensagem do coletivo é que as mulheres não podem se deixar abater, que todos os dias são das mulheres e que a luta é pela igualdade de direitos. “Essa não é uma data comemorativa. Nós gostaríamos de comemorar, mas é uma data para se refletir sobre o que está acontecendo com nossas vidas. A gente gostaria de discutir sobre a emancipação feminina e não sobre estatísticas, dados alarmantes como, por exemplo, que Santa Catarina é o terceiro estados mais violento do Brasil e o Oeste já está, praticamente, em segundo lugar em violência contra a mulher em casos de denúncia e feminicídio, violência física até a morte. Então, é assustador o que está acontecendo e a mensagem é de luta. A data não é de comemoração, mas sim de reflexão porque a luta está apenas começando”.