Médico fala da superlotação da emergência do HRSP

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Xanxerê – Na última terça-feira (03) o Hospital Regional São Paulo emitiu uma nota falando sobre a superlotação na emergência.

O portal Foca na Notícia procurou entender melhor o que está acontecendo e levar à comunidade maiores informações e para isso esteve com a irmã Neusa Lucio Luiz, diretora geral e com o médico Vinicius Chies de Moraes, coordenador da emergência.

Inicialmente, Vinicius esclarece “A emergência do Hospital São Paulo possui estrutura física e pessoal treinado para atender casos de maior gravidade, denominados casos de urgência e emergência”. Ainda reforça a necessidade de seguir determinações e portarias do Ministério da Saúde quanto às boas práticas, organização e funcionamento de um Pronto Socorro.

Entre outras diversas orientações, esta portaria define, os dois tipos de atendimento da seguinte maneira: “Emergência: Constatação médica de condições de agravo a saúde que impliquem sofrimento intenso ou risco iminente de morte, exigindo, portanto, tratamento médico imediato; e Urgência: Ocorrência imprevista de agravo a saúde com ou sem risco potencial a vida, cujo portador necessita de assistência médica imediata.”

Sobre estes atendimentos Vinicius esclareceu o que pode e deve ser feito. Segundo o médico são duas definições complexas de entender para quem não é da área médica, por isso ele explicou de maneira mais didática a diferença entre elas. “A emergência é aquela situação em saúde que a pessoa possui risco imediata de morte caso não haja uma intervenção médica, seja através de uma consulta, um procedimento cirúrgico, enfim, precisa da intervenção imediata do médico, senão o risco de morte é muito grande. As situações de urgência, são situações graves, importantes, mas que não, necessariamente, tem o risco imediato de morte, porém, precisam de prioridade no atendimento para o não agravamento do quadro”.

Para facilitar ainda mais o entendimento, o médico exemplificou cada uma das situações, para que se possa compreender quando procurar a emergência de um hospital, quando procurar o Pronto Atendimento 24 horas ou a Unidade Básica de Saúde. “Quando a gente fala em situação de emergência, reforço que falamos das situações com risco imediato de morte, com necessidade de atendimento imediato. Podemos destacar pacientes que chegam trazidos pelo Samu ou pelo Corpo de Bombeiros em decorrência de acidentes de trânsito uma vez que em nossa região há um volume grande; os pacientes que procuram a emergência com sinais e sintomas característicos de infarto agudo do miocárdio (popularmente chamado de infarto do coração); pacientes em situações neurológicas  com características de AVC (também conhecido como derrame). Além disso, temos os afogamentos, os grandes queimados, os engasgamentos em recém-nascidos; acidentes de trabalho com quedas, traumas, ferimentos, amputação de membros, entre outros.  Todos esses pacientes serão classificados como emergência ou urgência e terão atendimento prioritário”.

De acordo com Vinícius, os atendimentos considerados de urgência são aqueles considerados graves, mas sem necessariamente o risco iminente de morte. São situações que precisam de prioridade, “São pacientes que sofrem uma queda leve, porém possuem risco de fraturas em tornozelos, braços, pernas e outras partes do corpo. São senhoras que normalmente, ao cair, possuem o risco de fratura de bacia, pacientes com cortes por facas e facões, pacientes com falta de ar muito acentuada, e que, tecnicamente é comprovada pela equipe do hospital, também vão ter prioridade”. Além disso, as gestantes, que é um capítulo à parte, pois segundo o médico, toda gestante que chega, passa por uma triagem específica e avaliação de risco que vai dizer qual a gravidade desta gestante.

A irmã Neusa falou sobre os horários de maior volume de atendimento na emergência e as alterações nos últimos dias. “A emergência do hospital tem um volume grande, regular, das 8 horas da manhã até as 23 horas, e no período da madrugada esse volume diminui. Entretanto, nos últimos 15 dias o padrão mudou. Houve um aumento no número de atendimentos e a qualquer hora”.

Ainda sobre esse aumento, dr. Vinicius atribui à variação climática e as doenças típicas da estação. “A gente imagina que o clima seja responsável por esse aumento, pois a grande maioria dos pacientes que nos procuram possuem infecções respiratórias, gripes, resfriados, tosse, espirro, coriza, dor de garganta. Estes casos citados, somados a pacientes com diarreia, dor de barriga, dor na coluna, ou ainda, pacientes que querem trocar receitas de medicamentes, solicitar exames e encaminhamentos, são casos não considerados emergência ou urgência, e devem ser tratados no pronto atendimento e nos postos de saúde. Importante lembrar que se os médicos das unidades de saúde e pronto atendimento identificarem alguma gravidade, poderão encaminhar os pacientes para o hospital sem nenhum problema e o mesmo será bem recebido”.

O médico enfatiza que a instituição entende o sofrimento físico e a necessidade de todos os pacientes, porém o objetivo é salvar a vida daqueles que se encontram em situação de urgência e emergência, e para isso conta, encarecidamente, com a compreensão dos xanxerenses.