Em Medellín, Chapecoense se prepara para para final da Recopa

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Hoje, dia 10, às 21h45, no estádio Atanasio Girardot, a Chapecoense enfrenta mais um desafio: a Final da Recopa Sul-Americana diante do Atlético Nacional de Medellín. A delegação alviverde chegou ao país vizinho no final da tarde de segunda-feira e – a exemplo do que aconteceu em Chapecó na vinda do adversário – foi recebida com inúmeras e emocionantes homenagens.

Ao pousar em Medellín, o avião que transportava a equipe alviverde foi recepcionado com arcos de água. Do aeroporto, a delegação foi até a Força Aérea, onde os tributos iniciaram. Na primeira parte da programação, os atletas e membro da Comissão Técnica passaram por um “Corredor de Honra”, formado por membro do Exército, da Polícia, dos Bombeiros e da Força Aérea. Ao som da banda militar, um a um dos integrantes da delegação foram cumprimentados pelo prefeito Frederico Gutiérrez e receberam um broche com as cores da bandeira da Colômbia.

Da base aérea, a comitiva alviverde seguiu para o hotel, num longo trajeto acompanhado por escolta de simpatizantes da equipe alviverde. Quando chegaram ao local onde ficarão concentrados, mais uma série de surpresas. Entre gritos de “Vamos, vamos, Chape”, o hino do clube entoado nas caixas de som e as bandeiras do time colorindo o local, a equipe recebeu rosas brancas dos funcionários do hotel – um símbolo de paz e união entre o povo chapecoense e o colombiano.

Atendimento à imprensa

Devidamente instalados no hotel, integrantes da Chape atenderam, em dois momentos, a imprensa local. No primeiro, membros da diretoria e atletas e, no segundo, os sobreviventes da tragédia aérea de novembro. A maior expectativa foi por esta segunda parte, na qual o jornalista Rafael Henzel e os atletas Alan Ruschel, Follmann e Neto deram declarações emocionantes sobre o reencontro com Medellín.

O zagueiro Neto, um dos mais comovidos com toda a situação, relatou o sentimento de revisitar o local do acidente. “Já me emocionei chegando na Colômbia, quando sobrevoamos as montanhas e passamos perto do local onde teve o acidente… Amanhã (na ida ao local) eu também vou me emocionar. Mas é algo que eu necessito. Eu preciso sentir essa emoção. (…) As pessoas falam que eu fiquei oito horas sem ter socorro, que eu cai do avião, mas na minha mente é surreal acreditar em tudo isso. Preciso ver com os meus próprios olhos. Será um dia de emoção e que ficará marcado”, afirmou.

Jakson Follmann também relatou que a emoção é imensa e que passa um filme pela cabeça, por tudo o que aconteceu. “Poder retornar e poder agradecer um pouco nos deixa muito feliz. O mínimo que poderíamos fazer é vir até aqui, poder dar um abraço e dizer um muito obrigado ao povo colombiano”. Follmann também falou pela partida diante do Atlético Nacional, ressaltando a importância do confronto para a cidade de Chapecó e a torcida Chapecoense. “A gente poder dar um pouco de alegria à torcida será muito prazeroso”, garantiu.

Alan Ruschel – que já está próximo do retorno aos gramados – reiterou que a ida à Colômbia foi com o intuito principal de agradecer ao povo colombiano e, principalmente, aos médicos que os atenderam. Allan relembrou os amigos, que já não estão aqui, e falou sobre a continuidade dos projetos. “A nossa vinda pra cá começou lá no dia 28, 29 de novembro… e acredito que não se encerra por aqui. Porque a gente chegou aqui. A nossa vida continua, com as lembranças boas que o pessoal nos deixou”, finalizou.

Ontem (09) os sobreviventes visitaram o local do acidente, enquanto o restante da delegação treinou para a partida decisiva contra o Atlético Nacional.