Gavazzoni pede exoneração do cargo de secretário da Fazenda

0
2047
consultoria vsd

O secretário da Fazenda Antonio Gavazzoni apresentou ao governador Raimundo Colombo, nesta segunda-feira, dia 22, o pedido de exoneração do cargo, para cuidar de sua defesa em função de seu nome ter sido citado em delação da empresa JBS. Colombo lamentou a decisão do secretário Gavazzoni em deixar a pasta que comandava desde 2013. “Ele foi uma das pessoas mais brilhantes, mais inteligentes, mais dedicadas do governo”. À tarde, o xanxerense reuniu a imprensa catarinense para divulgar os motivos da sua saída.

Sobre a atuação de Gavazzoni no Governo do Estado, Colombo lembrou que ele teve participação extraordinária em questões seríssimas do Governo do Estado sempre alcançando resultados positivos. Uma das mais delicadas e que permitiu que o Estado mantivesse o equilíbrio de suas finanças foi a renegociação da dívida com a União. “Santa Catarina liderou a renegociação devido à habilidade de Gavazzoni que tomou para si a responsabilidade de buscar uma solução justa e equilibrada que contemplasse não só as demandas de Santa Catarina, mas também dos outros estados junto ao governo Federal.”

Outra ação importante comandada por Antonio Gavazzoni foi o Plano de Demissão Incentivada que trouxe equilíbrio para as contas públicas. “É preciso destacar a sua correção, a sua dedicação e a sua contribuição para o estado de Santa Catarina.”

O governador disse que entende a decisão de Gavazzoni em deixar a pasta para cuidar das questões jurídicas mas lamenta sua saída porque ele foi uma das pessoas que mais cooperou com o Governo do Estado. “Gavazzoni tem um potencial extraordinário e eu insisto que ele não abandone a vida pública e continue ajudando Santa Catarina.”

O novo secretário de Estado da Fazenda será o auditor fiscal Almir Gorges, profundo conhecedor do fisco catarinense.

Nota emitida por Gavazzoni à imprensa

“Nesse tempo em que fui secretário de Estado e presidente de estatal me concentrei sempre em enfrentar problemas e crises. Nunca fui seduzido por assuntos que gerassem publicidade positiva, como inaugurações ou festas políticas.

Zelei cada dia pelo interesse público, trabalhei dando toda minha força, energia, conhecimento e capacidade para enfrentar grandes problemas públicos, desde a crise econômica e climática de 2008, depois à frente do grupo Celesc e, sobretudo, na Secretaria da Fazenda nestes últimos anos da pior crise econômica que o país e o Estado já viveram em toda sua história. Vencemos por não aumentar impostos nem atrasar salários.

Se isso tivesse ocorrido, a Segurança, a Saúde e a Educação teriam entrado em colapso, como aconteceu em vários estados. O progresso econômico e social estaria severamente comprometido.

Porém, apesar de todo meu entusiasmo pelas missões públicas, neste momento não tenho forças para seguir comandando os homens e mulheres de grande capacidade técnica que pertencem aos quadros da Fazenda.

Não vou descansar, mas me dedicar a mostrar a cada pessoa que confiou em mim ao longo desses 11 anos, que nada do que foi dito por criminosos confessos é verdadeiro. Todos os encontros narrados foram presenciados por terceiros que testemunharão para esclarecer a verdade. Os heróis brasileiros em que se transformaram os Procuradores da República e os Magistrados sabem e saberão julgar aqueles com quem lidam. Esses criminosos confessos, que buscam a qualquer preço montar versões que justifiquem a troca de penas alongadas por liberdade e vida milionária no exterior, não podem vencer.

Na nossa vida tudo tem um limite. A minha enérgica disposição para enfrentar problemas no Estado encontrou o seu: os dois fatos envolvendo questões eleitorais, injustas e improcedentes quando citam meu nome e, por isso, doloridas. Abro mão do foro privilegiado porque nada temo. Agradeço ao governador Raimundo Colombo pela confiança e amizade recíprocas, bem assim a todos os colegas de Governo.

Tenho Deus por testemunha de minhas palavras e, mesmo passando por tudo isso, só agradeço às amizades e simpatias que conquistei.”

Antonio Marcos Gavazzoni

 

 

Foto: Julio Cavalheiro / SECOM