Câncer de pele: “Marquei a segunda cirurgia já achando que não tinha mais o que fazer”

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Xanxerê- Nos últimos anos, ao receberem o diagnóstico dos médicos, as mulheres ficam sem chão quando ouvem a palavra “câncer”. Depois do momento de tristeza, elas precisam buscar forças, até no que não é possível, para seguir um tratamento que deixa marcas no corpo e na alma. Essa batalha diária de quem passa pela doença, tem ficado mais leve com a colaboração da Rede Feminina de Combate ao Câncer de Xanxerê que atua em atividades específicas do tratamento, mas também com atendimento psicológico e  terapia ocupacional como forma de levantar a autoestima dessas mulheres. São diversos os tipos da doença e a Rede Feminina conta histórias da batalha das Vitoriosas de encarar o câncer de frente e seguir a diante com muito brilho no olhar.

 O câncer de pele não melanoma é o câncer mais frequente no Brasil e corresponde a 30% de todos os tumores malignos registrados no País. Tem altos percentuais de cura, desde que seja diagnosticado precocemente. Segundo o INCA, ele é mais comum em pessoas com mais de 40 anos, pessoas de pele clara, sensível à ação dos raios solares ou com doenças cutâneas prévias. Dentre os cânceres não-melanoma mais frequentes está o carcinoma basocelular. No ano passado, o INCA realizou uma estimativa de 175.760 novos casos, a maioria sendo mulheres. Todas essas informações compreendem também a história da Luiza da Silva, de 71 anos, que foi diagnostica com um câncer de pele aos 57 anos.

A Vitoriosa que participa da Rede Feminina de Combate ao Câncer de Xanxerê achou estranho quando apareceu uma verruga no rosto, próxima ao nariz. Logo agendou uma consulta com um dermatologista, realizou os exames solicitados e, no retorno, ficou sabendo que estava com um carcinoma. “É difícil receber o diagnóstico. A médica disse para minha filha que eu tinha ficado triste, mas não tem como não ficar”, afirma. Logo depois do diagnóstico, Luiza fez uma cirurgia para retirada do tumor, mas depois ele cresceu para fora e para dentro do nariz.

Dona Luiza da Silva conta que como a filha trabalha no hospital, ela contou o caso para os médicos que indicaram um profissional em Chapecó. “Marquei consulta já achando que não tinha mais o que fazer, mas o doutor disse que tinha tratamento. Fiz mais uma cirurgia em que foi preciso cortar grande parte da pele do nariz e do rosto. Na cirurgia, nem dor eu senti”, conta. Não foi preciso fazer quimioterapia ou radioterapia depois da segunda cirurgia. O acompanhamento do câncer foi feito por cinco anos e hoje ela está curada. “Minhas filhas pediram bastante a Deus pela minha saúde, minha filha teve depressão, mas depois passou”.

A Rede Feminina de Combate ao Câncer de Xanxerê entrou na vida da Vitoriosa depois de três anos que tinha diagnosticado o câncer. Passado esse tempo, ela se mudou para a cidade, já que antes morava no interior e teve o convite de participar das atividades da instituição por uma vizinha. Luiza explica que faz 10 anos que participa e o que mais acha importante é o apoio, as amizades, os cursos e tudo o que aprende. “É muito, muito bom, enquanto eu puder eu vou participar”.(Ascom RFCC/Larissa Damian Trevisan)