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Xanxerê- Com o Prêmio Ouro, conquistado na 9ª Festa do Vinho e 1ª Festa do Queijo e Salame, no último fim de semana, para o vinho Artesanal Bordô, que obteve a maior pontuação da noite – 95 pontos, seguido pelo segundo ouro, com 93 pontos, além de Bronze no Artesanal Branco Isabel, o produtor Sérgio Moreschi mostra-se entusiasmado e já planeja mudar de categoria para o próximo ano com a produção de vinhos finos. Em 2012, Moreschi também recebeu Ouro no Branco e Prata no Tinto. “A importância desse concurso é essa, para que a gente capriche e sempre busque maneiras de melhorar, desde a qualidade da uva, bem como todo o processo de vinificação, higiene e dos equipamentos ”, considera.

Moreschi explica que não existe uma fórmula para a produção do vinho artesanal, mas sim macetes. “Mesmo fazendo tudo igual à safra passada, pode dar diferença porque o vinho é um produto vivo, que está em constante transformação”.

Entretanto, o segredo para ter conquistado a premiação, Moreschi atribui à qualidade da uva, à higiene no processo de produção e a utilização de equipamento mínimo para processar a uva. “Ter o capricho e acompanhar o processo. Não é simplesmente ter a uva e esperar que ela se transforme, é preciso acompanhar e fazer as trasfegas no prazo certo, além de usar produtos adequados para a limpeza dos equipamentos e da cantina. São detalhes, durante todo o processo, que resultarão num produto final bom, mas o principal é ter uma uva de qualidade”, salienta. Ele relata que utiliza uva do Rio Grande do Sul e de Videira, com bom grau Bricks (quantidade de açúcar presente).

Moreschi começou a produzir vinho ainda em 2002, quando participou de uma visita ao Chile. “O Bruno Bortoluzzi ainda era prefeito e eu participei de uma visita ao Chile, patrocinada pela Prefeitura, junto com uma comitiva de prefeitos e autoridades que conheceu a produção de vinhos e os parreirais daquele país. Foi quando começamos a introduzir a ideia aqui em Xanxerê. Depois disso, programei vários cursos com os agricultores junto ao Senar e isso, até 2009, quando conseguimos montar a Associação dos Produtores de Vinho, através da Casa da Cultura com o auxílio da Magda Vicini e da Eliane Lanner, que deram aquele arranque inicial porque foram elas que conseguiram juntar o grupo e realizar o primeiro evento no Parque da Femi, com degustação de vinho e palestra com o enólogo Gilson Panceri”, relata o produtor que também e funcionário público na Prefeitura, atua na Secretaria de Agricultura e tem formação técnica na área de fruticultura.

Em 2010, a Associação estava montada, inclusive com diretoria e estatuto. Em 2012, aconteceu o primeiro concurso. Hoje, são 21 associados e como a entidade é regional, possui produtores de Bom Jesus, Xanxerê e Ipuaçu. Moreschi considera que a qualidade na produção dos vinhos é comum a todos os integrantes devido ao apoio e acompanhamento do Sebrae e de enólogos contratados.

A produção de Moreschi é feita na sua própria casa, com média de 2.500 a 3.000 litros de vinho para consumo próprio e para presentear amigos. “Não é muito, mas aqui na minha casa eu consigo fazer todo o processo de produção do vinho”.

O produtor explica que se tiver que se adequar às exigências do Ministério da Agricultura para aumentar a produção, conseguir o registro e comercializar seu produto, seria necessário investir cerca de R$30mil. “Por enquanto, eu não vou fazer isso. Eu vou continuar produzindo os meus vinhos de forma artesanal com limite de 3.000 litros de vinho por ano”.

Como a maioria dos produtores da Associação possui o mesmo problema com as exigências do Ministério da Agricultura, o grupo já começou a pensar na criação de uma cooperativa, o que une e fortalece os produtores para baratear o processo de produção. “Agora, estamos aguardando, pois está por sair uma nova legislação na Assembleia Legislativa referente ao vinho colonial, com incentivo fiscal e impostos menores, e provavelmente nós vamos nos adequar a essa legislação e ficará bom para nós”.