Pressionado Governo Federal bate cabeça sobre tabela dos fretes

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Brasília – Para acabar com a greve dos caminhoneiros o Governo Federal se comprometeu, entre outras coisas, em criar uma tabela com os valores mínimos para os fretes, porém essa tabela já está gerando polêmicas e o governo está sendo pressionado por produtores rurais.

A tabela, acordada às pressas com as entidades representativas dos caminhoneiros e que entrou em vigor no final de maio por Medida Provisória, elevava os fretes em até 150%, o que desagradou os ruralistas e gerou muita pressão sobre o Governo.

De acordo com o ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Blairo Maggi, a nova tabela mínima “é extremamente elevada e praticamente inviabiliza o setor produtivo e por isso precisa ser revisada”.

Segundo ele, os cálculos da Agência Nacional de Transportes Terrestres-ANTT, responsável pela elaboração da tabela, foram “muito corridos” para atender à demanda dos caminhoneiros, e alguns cálculos foram imprecisos. “A ANTT vai trazer para a realidade uma série de coisas e deve propor uma nova tabela de fretes”, disse Maggi.

O ministro dos Transportes, Walter Casimiro, afirmou que para que a nova tabela atenda a todos os setores deve passar por uma consulta pública. “A tabela é processo construtivo que depende de discussão com todos os setores. Está previsto na medida provisória que a tabela tem de passar por consulta pública, e que vai ter ajuste, vai”. Casimiro reforça que a tabela deve atender a todos os setores.

Nova paralisação

Nas redes sociais os caminhoneiros reagiram à indecisão do governo e ameaçam uma nova paralisação.

O consultor Geraldo Vianna, ex-presidente de uma das associações do transporte de carga, a NTC&Logistica, afirma que o Governo tentou resolver um problema e criou outro. Não acho que a tabela vai ter futuro. É uma tentativa de revogar a lei da oferta e da procura. Tem produtos que não foram contemplados na tabela e outros com preços sem lógica.

No Congresso, a MP que criou a tabela já recebei 55 emendas, que estão sendo analisadas. Dessas, dez querem abrir espaço para que entidades representativas dos usuários de transportes possam opinar na elaboração da tabela, que é corrigida a cada seis meses. A MP prevê apenas a participação de representantes dos caminhoneiros.

Fonte: O Estado de São Paulo – ClicRBS – O Globo – Brasil 247