PF ouvirá candidata do PSL sobre caso de laranjas

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A Polícia Federal (PF) vai ouvir nos próximos dias Zuleide Oliveira, candidata do PSL que acusa o ministro do Turismo, Marcelo Álvaro Antônio (PSL), de tê-la chamado para ser candidata laranja nas últimas eleições com objetivo de desviar dinheiro do fundo eleitoral do partido do presidente Jair Bolsonaro (PSL).

A PF abriu inquérito no dia 27 de fevereiro em Minas para investigar as candidaturas do PSL. O caso levou à queda de Gustavo Bebianno (PSL) da Secretaria-Geral da Presidência e deixou o ministro do Turismo em situação delicada. PF e Ministério Público (MP) de Minas investigam o esquema.

Promotores entregaram à polícia depoimentos de pessoas ouvidas sobre o caso, além de documentos. Zuleide diz que esteve com Álvaro Antônio no dia 11 de setembro em Belo Horizonte, em seu escritório político para discutir sua candidatura. “Ele (ministro) disse para mim assim: ‘Então a gente vai fazer o seguinte: você assina a documentação, que essa documentação é para vir o fundo partidário para você. (…) Para o repasse ser feito, você tem que assinar essa documentação. E eu repasso a você R$ 60 mil, e você tem que repassar para gente R$ 45 mil. Você vai ficar com R$ 15 mil para sua campanha. E o material é tudo por nossa conta, é R$ 80 mil em materiais'”, afirmou a integrante do PSL, que foi candidata a deputada estadual. Ela é a primeira a implicar diretamente o hoje ministro no esquema de desvio de dinheiro público por meio de laranjas. Álvaro Antônio deve ser ouvido também pela PF.

Um grupo de quatro candidatas do partido recebeu R$ 279 mil, tendo tido votação ínfima. Parte desse dinheiro voltou para empresas de pessoas ligadas ao gabinete do hoje ministro. Álvaro Antônio afirmou, nesta quinta-feira, que Zuleide “mente descaradamente”. A declaração do ministro foi dada à TV Globo.

Marcelo Álvaro Antônio volta a pedir foro especial no STF

O ministro do Turismo, Marcelo Álvaro Antônio, recorreu, nesta quarta-feira da decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Luiz Fux, que manteve na primeira instância em Minas Gerais uma investigação sobre candidatas laranjas do PSL no estado.

A defesa de Álvaro Antônio quer que a apuração passe a tramitar perante o Supremo e pede para que Fux reconsidere a decisão anterior ou, se assim não fizer, envie o caso para deliberação do plenário, composto pelos 11 ministros.

Álvaro Antônio voltou a sustentar no recurso, chamado de agravo regimental, que as suspeitas que o envolvem referem-se a fatos ocorridos no exercício de seu mandato como deputado federal, o que lhe daria prerrogativa de foro especial.

No ano passado, o Supremo restringiu o foro especial dos parlamentares federais a supostos crimes cometidos no exercício do cargo e em razão dele. Diferentemente do que alega a defesa, o ministro Fux entendeu que a investigação trata de questões exclusivamente eleitorais, sem relação com o mandato do então deputado, e determinou que o inquérito prosseguisse em Minas. O magistrado concordou com a Procuradoria-Geral da República (PGR), que se manifestou contra o foro especial nesse caso