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Iniciativa foi realizada em parceria com a Faesc e o Senar/SC

A estiagem registrada em meados de dezembro de 2018 e janeiro de 2019 prejudicou a produtividade das lavouras de soja na região de Xanxerê, mas em contrapartida, para as lavouras de milho, o clima favoreceu o desenvolvimento, com produtividade média acima de 210 sacas por hectare. As informações são do levantamento dos custos de produção do projeto Campo Futuro, promovido nesta semana, com produtores rurais, técnicos e representantes de Sindicatos Rurais de Xanxerê.

A iniciativa é da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Santa Catarina (Faesc) e Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar/SC), em parceria com o Sindicato Rural de Xanxerê. O painel oportunizou o levantamento de custos de produção de milho, soja e trigo. Os painéis foram coordenados por Alan Fabricio Malinski (CNA) e os técnicos, Renato Garcia e Júlio Natalino do CEPEA, parceira na execução do projeto.

De acordo com o coordenador de Produção Agrícola da CNA, Alan Malinski, resultados preliminares do painel apontam que os custos com defensivos agrícolas nas lavouras de soja tiveram incremento médio de 23% em relação à safra passada. “O custo operacional da soja teve aumento estimado de 7%. A margem dos produtores também foi prejudicada pela baixa produtividade e pelo menor preço de comercialização da oleaginosa”.

Nas lavouras de milho, a pressão de pragas e doenças ficou semelhante às últimas safras. “Devido as altas produtividades favorecidas pelas boas condições climáticas e pelo alto investimento realizado nas lavouras, a margem bruta do produtor teve um incremento de 27% em relação à safra passada”, explicou Malinski. O custo operacional do milho foi em média 12% superior à safra passada, com maior participação no aumento puxado pelos insumos.

Durante o painel foi analisado o resultado das lavouras de feijão preto. As condições climáticas prejudicaram o desenvolvimento das lavouras, que estavam estimadas em 40 sacas por hectare. O rendimento obtido, segundo os produtores, ficou em média de 25 sacas por hectare.

Renato Garcia, pesquisador do CEPEA, observou que no ponto de vista dos resultados econômicos apurados da safra 2018/19 de soja, o produtor produziu menos que a safra anterior, com custos de produção maiores do que no ano anterior. O milho teve uma produtividade melhor que o ano passado, com rentabilidade expressiva. “De forma geral podemos resumir que na safra 18/19 as principais culturas tiveram um acréscimo de custo de produção em função de preços de insumos e manejos realizados. Por outro lado, a cultura da soja teve uma leve quebra de produtividade e, o milho, um cenário produtivo positivo em comparação ao ano anterior”.

O presidente do Sindicato Rural de Xanxerê Bruno Bortoluzzi destacou como fundamental o levantamento dos custos para que o produtor tenha consciência de suas despesas e da capacidade de investimento a curto e longo prazo. “Essas informações econômicas nos auxiliam a identificar qual é o real valor investido a cada safra e qual o retorno podemos esperar dentro das condições climáticas de cada ano. Desse modo, também discutimos a viabilidade econômica de cada safra comparando com resultados de outras regiões para ver se estamos no caminho certo ou precisamos melhorar”.

O produtor rural Bruno Prezotto participou do painel e aprovou a iniciativa. Segundo ele, os dados contribuem para que os produtores saibam como e quando investir e consigam efetuar um controle do fluxo de caixa da propriedade de acordo com cada safra. “Precisamos saber quanto estamos investindo e o que precisamos melhorar para crescer”.

De acordo com o presidente do Sistema Faesc/Senar José Zeferino Pedrozo o objetivo do Campo Futuro é aliar a capacitação do produtor à geração de informações estratégicas do setor rural, contribuindo para tomar decisões assertivas no campo. “O projeto possibilita o gerenciamento de preços e do comportamento da produção”.

Novo painel

Na quinta-feira (30), ocorrerá o painel de levantamento dos custos de produção de cereais, fibras e oleaginosas (arroz), em Tubarão, das 14h às 18h, na sede do Sindicato Rural de Tubarão. (MB Comunicação)