Joe Biden determina investigação para saber se coronavírus foi produzido em laboratório na China

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O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, informou nesta quarta-feira (26) que instruiu as agências de inteligência americanas a intensificarem as investigações sobre a origem do coronavírus na China e cobrou um relatório com os resultados em até 90 dias. “Os EUA também continuarão trabalhando com parceiros com ideias semelhantes em todo o mundo para pressionar a China a participar de uma investigação internacional completa, transparente e baseada em evidências e fornecer acesso a todos os dados e evidências relevantes”, afirmou, em comunicado.

Segundo Biden, em abril, a inteligência americana revelou um relatório que detalha conclusões a respeito das dúvidas sobre o coronavírus, se surgiu de um acidente de laboratório ou se passou de um animal a um ser humano. “Até o momento, a Comunidade de Inteligência dos EUA ‘se uniu em torno de dois cenários prováveis’, mas não chegou a uma conclusão definitiva sobre esta questão”, explicou.

A decisão da Casa Branca acontece em uma semana de reviravolta na opinião pública dos EUA acerca das origens do vírus. Até recentemente, os especialistas em saúde pública do país diziam que, embora não fosse possível descartar por completo a hipótese de um vazamento do Instituto de Virologia de Wuhan – laboratório que em 2019 conduzia estudos com coronavírus até 96% semelhantes ao Sars-CoV-2 na cidade chinesa em que a pandemia eclodiu – essa era a mais improvável explicação para a propagação da covid-19.

Mais plausível, segundo os cientistas, era a hipótese de que o vírus teria surgido em meio às condições sanitárias precárias em que animais não domesticados eram vendidos para alimentação humana no mercado de Huanan, em Wuhan – fechado logo depois do início da pandemia.

Contribuíam para isso a percepção de que todos os casos inicialmente reportados de covid-19 estavam ligados ao mercado e o fato de que a passagem de vírus de animais para humanos já havia sido vista antes em outras pandemias, como a da gripe suína ou a do ebola. Além disso, o Instituto de Virologia de Wuhan sempre negou publicamente que algum de seus funcionários tenha contraído covid-19, ou qualquer doença respiratória semelhante, que pudesse sugerir que o início da contaminação tenha sido ali.

Mas, no último domingo (23/5), o jornal americano The Wall Street Journal divulgou trechos de um relatório de inteligência americano que informava que ao menos três funcionários do Instituto de Virologia desenvolveram uma doença em novembro de 2019 que os forçou a buscar ajuda médica em hospitais, o que contradizia a versão oficial dos cientistas chinesas.

Fonte: BBC