HRSP apresenta dados da Rede Cegonha

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Em 2021 foram atendidas 2.953 gestantes; 86,7% partos tiveram contato pele a pele efetivo (mãe e bebê); e 87,1% partos com amamentação na primeira hora de vida.

Júlia é a terceira filha de Juliana e Matheus. A menina, da mesma forma como as irmãs mais velhas, nasceu de parto normal. O nascimento, na última terça-feira (15), no Hospital Regional São Paulo (HRSP), foi marcado por muita alegria e pelo amparo das equipes de enfermagem e médica. O pai acompanhou todos os momentos e ajudou a cortar o cordão umbilical da bebê. Já nos primeiros momentos de vida, a menina foi para os braços da mãe e garantiu o aleitamento materno.

Todos esses passos fazem parte do cotidiano do HRSP e representam uma série de diretrizes previstas na Rede Cegonha – um programa do Ministério da Saúde que visa promover a atenção humanizada à gravidez, o incentivo ao pré-natal, a assistência ao parto e ao puerpério, assim como o desenvolvimento da criança, até dois anos de idade. No mês de janeiro, o hospital finalizou relatórios com dados de 2021, apontando os índices da Rede Cegonha e a classificação de risco obstétrico.

Conforme a Gerente de Enfermagem e Atendimento do HRSP, Enfermeira Michele Suzana Fernandes da Silva, o hospital faz parte da Rede Cegonha desde 2013. “O hospital realiza mensalmente a mensuração dos indicadores de atendimento na maternidade, com o objetivo de avaliar as taxas de nascimento quanto a complexidade e quantidade. Uma das metas do HRSP é de aumentar o número de partos naturais, chegando ao índice instituído pelo Ministério da Saúde, de 35% de partos cirúrgicos.”

Classificação de risco
No ano de 2021 o HRSP atendeu 2.953 gestantes. De acordo com a classificação de risco, a maioria dos casos, foram por situações pouco urgentes, 47,5% das gestantes (1.404); 5,2% (154) não urgentes; 44% (1.302) urgentes; 2,7% (82) muito urgentes; e 0,37% (11) emergência. Michele explica que o hospital verificou uma redução no atendimento de gestantes na emergência do hospital, em relação aos anos anteriores. Em 2020 foram atendidas 3.002 gestantes e 2019 o número foi de 3.789.

Atendimentos
O relatório da Rede Cegonha também apresenta dados específicos sobre as 2.953 gestantes atendidas. Os números que mais chamam atenção são: 15,3% gestantes adolescentes; 12,8% das gestantes tiveram bebês prematuros; 15% dos bebês nasceram com baixo peso; 16,5% das gestações foram de alto risco; 41,9% foram partos naturais; 65% foram partos cesariana.

Michele também observa a importante redução de 4,45% na taxa de cesáreas em relação ao ano de 2020. A Gerente de Enfermagem e Atendimento do HRSP explica que “o hospital tem um plano de redução de cesáreas em 5% ao ano. A meta é atingir até 2027 a faixa de 35%.” Entretanto ela ressalta que “a taxa de cesáreas está diretamente ligada à grande demanda de gestantes de alto risco (16,5%); de crianças com baixo peso ao nascer (15%); e de prematuridade (12,8%),” esclarece.

Educação em saúde
A gestora analisa que a pandemia, especialmente no auge da doença, em 2021, afetou diretamente ações do hospital relacionadas à educação em saúde, como por exemplo, os Encontros de Gestantes, que eram realizados mensalmente, envolvendo participantes de todos os municípios de toda a região. Apesar disso, a instituição mantém firmes esforços para a realização de ações que proporcionem a prática do parto humanizado, tendo os importantes índices: 87,1% de amamentação na primeira hora de vida; 86,7% dos partos com contato pele a pele efetivo da mãe e bebê; 94,9% dos partos de forma verticalizada; a utilização de métodos não farmacológicos para amenizar os incômodos do processo de trabalho de parto junto 89,8% das gestantes; a oferta de líquido em livre demanda para 83% e a redução de prática de aminiotomia (ruptura artificial das membranas ovulares), com taxa de 2,5%.

Acompanhantes
Um dado importante é o cumprimento da Lei Federal nº 11.108, mais conhecida como Lei do Acompanhante. O HRSP atingiu 100% das gestantes com acompanhante durante a internação. Durante o parto ou cesárea, 63,6% estiveram acompanhadas. “Observamos situações onde o acompanhante não desejou estar presente ou a gestante não quis ter acompanhe durante o momento do parto,” explica Michele.

Alerta
Michele chama atenção para os dados com relação a ausência de sorologias básicas de acompanhamento do pré-natal. “Os índices do relatório da Rede Cegonha, demonstram o grande número de pacientes que internam na instituição sem sorologias básicas de acompanhamento do pré-natal.” O que mais chama atenção é referente a hepatite C, com 25% de gestantes atendidas, sem o exame; 35,4% das pacientes com falta de exames da sífilis no terceiro trimestre e 35% sem exame de HIV no terceiro trimestre. “O acompanhamento dos exames no pré-natal é de suma importância para determinar possíveis tratamentos ainda na gestação e para o bebê logo após o nascimento,” explica Michele.

Nascimentos
Em 2021 nasceram no HRSP 1.437 bebês (89 a mais que em 2020), destes 933 por parto cesariana (64,9%) e 504 por parto natural (35,1%). Michele conclui que em 2022 o hospital seguirá trabalhando de forma educativa na região, com foco no pré-natal e rede suplementar. A intenção é esclarecer mais mulheres sobre os benefícios do parto natural. A educação em saúde será realizada através da retomada dos Encontros de Gestantes, oficinas com a rede municipal e a utilização das mídias sociais como ferramenta para expandir as boas práticas realizadas na instituição,” finaliza.